#Livros O Homem que Queria Ser Deus


Terminei hoje de ler O Homem que Queria Ser Deus, do brasileiro Luciano Dallo, já experiente como escritor, mas estreante como romancista. Me interessei em ler depois de ver uma propaganda num jornal. O título me chamou a atenção. Gostei do livro, mas confesso que promete muito mais do que entrega.

Amanda Rossi é uma brasileira que, durante alguns poucos anos vividos nos EUA, conheceu o jovem Norman Orrow, com quem teve um relacionamento curto, mas intenso. Ao terminar o romance para voltar ao Brasil, recebeu do namorado a promessa de que um dia iria buscá-la para serem felizes, além do sonho do então jovem e sonhador estudante de arquitetura: quero ser o homem mais poderoso do mundo. Passados alguns anos, Amanda, já divorciada e mãe de dois filhos, recebe em seu escritório uma visita que mudaria sua vida pra sempre. David Wallace, um senhor de oitenta anos e assessor particular de Norman Orrow, estava no Brasil com o único objetivo de buscar Amanda e levá-a ao seu antigo amor, a quem ele procurara durante todos os anos anteriores. Amanda, apesar de assustada com a proposta, considerou a possibilidade de reviver seu amor de adolescência, agora com uma diferença: Norman era agora um dos homens mais poderosos do mundo, com uma fortuna acumulada em mais de US$ 30 bilhões, dono de um conglomerado empresarial com mais de 50 empresas atuantes nos mais diversos tipos, desde aluguel de carros até construção civil, além de ser o mentor da construção do maior santuário católico do mundo. Mas, ao mesmo tempo em que Norman é poderoso, é agora um homem excêntrico, que causa ao mesmo tempo admiração e espanto, respeito e medo em quem está à sua volta. Ao voltar para reencontrar seu antigo amor, Amanda embarca no mundo dos ricos, que nem sempre é tão glamuroso como parece. 

O enredo do livro prende, até por ser uma história com uma trama que sempre leva o leitor a várias conclusões, mas não escondo que senti uma certa decepção com a história em si. Não necessariamente com a história, já que li em poucos dias e realmente me prendeu, mas com a forma como é contada. Há um certo exagero nas descrições de Norman Orrow por parte das pessoas que o conhecem. O autor parece "forçar" um pouco na descrição de sua personagem. Na intenção de mostrar Norman como um homem poderoso, as pessoas que falam dele exageram em suas características pessoais. Além disso o autor parece viajar um pouco entre o suspense e o romantismo barato das novelas brasileiras. Poderia ter trabalhado mais em certos personagens, que acabam ficando óbvias demais.

Mas essa opinião é apenas sobre a forma como a história é contada, pois a história em si é ótima. Mostra um outro lado do mundo dos "poderosos" das pessoas que tem muito dinheiro, ao qual raramente temos acesso. Mostra como o dinheiro pode conseguir façanhas incríveis, mas não supre certas necessidades humanas, por mais que se tente. Não é uma história com reviravoltas nem com tramas complexas, muito longe disso, mas uma história bastante interessante. Uma leitura simples, dessas que dá pra fazer em poucos dias. 

Recomendo. Só aconselho não desistir no começo, pois a narrativa do início do livro é bem "amadora". 

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