#Livros: O Prisioneiro do Ceu


Terminei de ler essa semana O Prisioneiro do Ceu, de Carlos Ruiz Zafon. O livro é uma continuação cronológica de A Sombra do Vento, mas com histórias totalmente diferentes. É um dos que compõem a trilogia de Zafón sobre o Cemitério dos Livros Esquecidos, junto com O Jogo do Anjo. E tenho que dizer que mais uma vez me encantei com a forma de Zafón de contar histórias. 

Se em A Sombra do Vento Fermín Romero de Torres socorre Daniel Sempere em diversas situações e atua como uma espécie de "anjo da guarda" do ainda adolescente e de seu pai, em O Prisioneiro do Ceu Daniel tem a chance de retribuir o favor feito por Fermin. Vários detalhes da vida do nobre colega de Daniel são revelados nesse livro, como seu passado de prisioneiro político, época em que passou a usar o nome que carrega consigo. E é exatamente esse nome que trás dor de cabeça a Fermin: de casamento marcado com Bernarda, Fermín terá de resolver de uma vez por todas o que fazer com seu nome, que não é verdadeiro. Como se casar com um nome falso? Por outro lado, como Bernarda entenderia que o homem por quem ela se apaixonou sequer tem o nome que diz ter? Na busca por uma solução para problema do amigo Daniel acaba por mergulhar num passado tenebroso, cheio de perguntas complicadas que envolvem sua mãe Isabella Sempere e um certo escritor que se dizia seu amigo íntimo. Ao tentar encontrar essas respostas, Daniel vê surgirem novas personagens, tão inexplicáveis quanto o tal amigo da mãe. Maurício Valls, escritor influente da Espanha da época, entra na vida de Daniel da pior maneira possível. Nem sua bela e discreta esposa Bea está fora do círculo de pessoas e acontecimentos que parecem virar um nó difícil de desatar. 

Tenho que admitir: sou fã de Fermín Romero de Torres, e o fato de sua história ser contada em detalhes foi o principal motivo que me levou a ler O Prisioneiro do Ceu. A forma como ele vê o mundo, a gentileza sutilmente erótica como vê e lida com as mulheres, sua habilidade com as palavras o fazem um personagem único na literatura mundial. Sem dúvida Fermín foi um dos grandes acertos de Zafón. Mas há que se reconhecer que o enredo de O Prisioneiro do Ceu é confuso. Ao tentar se aprofundar muito em temas complexos, a história parece perder o caminho várias vezes. Apesar de a introdução do livro dizer que a trilogia Cemitério dos Livros Esquecidos não tem uma ordem exata, fica claro que O Jogo do Anjo é uma continuação de O Prisioneiro do Ceu. Bom, é o que explica a história ser tão confusa e cheia de perguntas sem respostas. Terei de ler o terceiro livor para tirar a dúvida! rs

Mas ainda assim indico a leitura. 

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