Leitor compulsivo. Ou quase



Confesso que, apesar de leitor compulsivo, ainda estou devendo e muito para a comunidade leitora do mundo. Sim, tenho mais livros do que minha estante comporta (a mala embaixo da cama cheia de livros é uma evidência disso) e tenho tiques a cada vez que passo em frente a uma livraria. Tenho longas discussões comigo mesmo cada vez que me sinto tentado a comprar um livro novo, mesmo ainda não tendo lido a metade do que tenho. Tudo isso parece me colocar no mesmo patamar dos viciados em livros, que vem aumentando cada vez mais. Mas tenho uma confissão a fazer: ainda não li nenhum dos livros gigantes da sequência As Crônicas de Gelo e Fogo (nem vi nenhuma temporada de Game of Thrones, na HBO), ainda não li nenhum livro de Percy Jacson. Nem Harry Potter eu li até hoje - também não vi os filmes. Comprei As Crônicas de Nárnia, mas não li até hoje. Também não acompanhei a saga dos vampiros coloridos de Crepúsculo nem a cara de paisagem de Bella Swan no filme, e também não li qualquer outra sequência de livros com vampiros (tá, eu gosto dos livros do André Vianco). E pasmem: também não li nenhum livro da saga O Senhor dos Aneis, e também não vi os filmes. Por isso rejeito o rótulo de nerd, mesmo parecendo ser um: não li nenhum dos livros obrigatórios de todo nerd que se preze. 

É, acho que decepcionei muita gente, né Angélica? rs

Mas explico porque ainda não li nenhum desses livros, todos de qualidade excepcional e campeões de vendas, audiência e de qualquer coisa que resolvam fazer com base nos livros: não me chamaram a atenção. Só isso. Nenhum deles. Até vi Harry Potter e a Pedra Filosofal, na época do lançamento, quando eu ainda estava no ensino médio, mas a cabeça religiosa da época me impediu de me interessar pela sequência da história - cansei de ouvir líderes de jovens dizendo que Harry Potter era um enviado do satã para destruir o reino de deus no mundo, haviam até revistas evangélicas que diziam isso. 

Acho que talvez tenha sido a  formação religiosa evangelicalista, como sempre destruidora de personalidades, que tenha apagado em mim o interesse por qualquer tipo de literatura que tenha a fantasia como tema principal. Não me interesso por nada que tenha monstros, conflitos entre anjos e demônios, deus e diabo, reinos fantásticos em lugares fictícios. Sempre preferi - e ainda prefiro - livros e filmes que tenham a  realidade como base. Por mais que o livro seja um romance, mas gosto de histórias que poderiam ser verdadeiras, que poderiam ser vividas por pessoas comuns. Daí todo mundo estar falando em Game of Thrones e eu, solitariamente, defender A Menina Sem Qualidades, minha leitura atual. Por isso me tornei aficionado pela trilogia Millenium e Lisbeth Salander, romance policial de Stieg Larsson. Gosto da literatura brasileira. Me fascino com Clarice Lispector e com o sarcasmo de Machado de Assis - Memórias Póstumas é um dos meus preferidos. Gosto de Kundera, Jane Austen, Josten Gaarder, Carlos Ruiz Zafón, Markus Zuzak e outros vários. Todos excelentes. E todos com romances que tem a realidade como tema. 

Pelo amor de Jesus, não estou criticando as sagas que citei, até porque não as li, e não costumo emitir opinião sobre o que ainda não conheço. Muito pelo contrário: sei que perco muito em não acompanhar essas sagas. Como a própria amiga Larissa Oliveira me convenceu hoje, a fantasia ajuda e muito a estimular a criatividade, e quem tem a pretensão de um dia ser escritor - eu tento - precisa ler esse tipo de literatura. Só que até hoje ainda não tive vontade de ler. 

Mas vou corrigir isso. Prometo. E pretendo corrigir essa falha começando por Harry Potter, mesmo depois que todo mundo já conheça a história de cor e salteado. Aos poucos vou me atualizar e, tenho certeza, irei pegar gosto por esse tipo de leitura. Pelo menos até que comece a próxima temporada de Game f Thrones

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