Assassinatos na Academia Brasileira de Letras


Acabei de ler hoje Assassinatos na Academia Brasileira de Letras, do Jô Soares. É o terceiro livro dele que leio, depois de O Xangô de Backer Street e O Homem que Matou Getúlio Vargas. Caso ainda tenha ficado alguma dúvida: sim, eu gosto do que o Jô escreve. Para mim ele é um dos melhores criadores de histórias do Brasil atual, por conseguir contar histórias complicadas de um jeito simples e empolgante.

Assassinatos começa com a morte de um imortal, por mais contraditório que isso possa parecer. Belizário Bezerra, candidato à vaga de imortal da Academia Brasileira de Letras, morre no dia da posse, em uma morte estranha e aparentemente inexplicável. Coube ao detetive Machado Machado (assim mesmo, repetido nome e sobrenome, por causa da admiração que o pai do coitado tinha por Machado de Assis) a missão de investigar o assassinato, que logo se mostrou ser apenas o primeiro de uma série de mortes, todas de imortais da ABL, e sempre da mesma forma: repentinamente, sem explicação plausível. Uma coisa curiosa: a cada morte os fardões que os imortais usavam em cerimônias da ABL sumiam junto com o criminoso misterioso. Os suspeitos estão por todo lado: políticos, jornalistas, candidatos frustrados a imortais, entre outros de uma lista enorme que o detetive Machado Machado consegue apurar, mas sem qualquer solução.

Como já é característica literária do Jô, Assassinatos na Academia Brasileira de Letras é um livro de romance recheado de humor, que mescla cenas fortes com cenas hilarias, que levam o leitor a momentos curiosos, sem saber se ri ou se sente repulsa da cena descrita. O resultado não poderia ser diferente dos outros livros dele: uma leitura que prende do começo ao fim, além de o leitor se envolver tanto com a história a ponto de procurar pistas e ajudar o detetive a localizar o criminoso. Bom, pelo menos isso aconteceu comigo.

Encerrada a leitura, começo amanhã a ler As Esganadas, e termino com ele minha peregrinação pelo trabalho literário do Jô, um autor que resolvi descobrir esse ano e não me arrependi em nenhuma das linhas lidas até agora.

Até mais!

Comentários

  1. Oi, eu discordo um pouco da sua fala. Terminei de ler "Assassinatos na Academia Brasileira de Letras" hoje. Achei previsível, com passagens desnecessárias e abundante em clichês de romances policiais. Apesar disso, é uma prosa bem levada, um bom passatempo de férias.

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