Postagens

Mostrando postagens de março, 2016

#Mulheres2016: Coletivo Mulheres da UFLA, um movimento de resistência

Imagem
Membros do Coletivo Mulheres da UFLA Wesley Talaveira / Larissa Oliveira Ah, a faculdade! A vida de universitário começa muito antes do início das aulas, as vezes muitos anos antes, ainda na infância. Quem aí quando criança não sonhou com alguma profissão, seja igual à dos pais, de um parente, ou alguém que admirasse. Esse sonho de criança começa a tomar corpo na adolescência, quando o Ensino Médio nos lembra que estamos a um passo de nos tornarmos adultos e o que antes era vontade futura vira planos de curto prazo: a escolha do curso, qual faculdade cursar, qual horário, pública ou particular, preparação para o vestibular, ler, estudar, estudar e estudar para, depois de tudo isso, finalmente se tornar um universitário. Estar na universidade é, depois de tudo isso, o primeiro passo rumo a um futuro promissor e cheio de conquistas.  Seria uma pena se algo estragasse tudo isso, né?  Sim, o machismo está espalhado por toda parte, como já foi dito nos textos dessa semana aqui no blog. E a

#Mulheres2016: Onde o Machismo Está?

Imagem
Larissa Oliveira Dia da mulher é aquele dia em todo mundo se “sensibiliza” com a “causa feminina”. Homens viram pessoas adoráveis e educados, empresas presenteiam, a TV faz homenagens e essas coisas todas. Dia seguinte volta tudo ao “normal”: voltamos a ser abusadas no metrô, voltamos a ser alvo de piadinhas machistas, voltamos a ter medo de voltar da faculdade a noite sozinhas, voltamos a ser as “vadias” que “deram motivo” ao estupro por usar roupas curtas, voltamos a ser mulheres que “não se dão ao respeito” ( o texto da Camilla Catai sobre isso foi incrível!), voltamos a ser mulheres brasileiras, com toda a implicação que isso carrega.  Dá pra mudar isso? Sim, mas a forma como a coisa está sendo feita está errada.  Não vamos mudar essa realidade com campanhas bonitinhas na TV que mostram que a mulher, esse ser bizarro criado por um deus judeu para ser “companheira” do homem, é também tão competente quanto os homens, alicerces da sociedade. Não é forçando a mulher a participar da po

#Mulheres2016: Autonomia Carcerária

Imagem
Letícia Alexandra "Todas as vitórias ocultam uma abdicação.” – Simone de Beauvoir.  Uma data universal em reconhecimento à resistência da mulher proletária, explorada e oprimida, foi vociferada por Clara Zetklin na Conferência de Mulheres Socialistas em 1910. Hoje reconhecida como “Dia Internacional da Mulher”.  Zetklin acreditava que a libertação feminina só se torna possível com a libertação de toda sua classe. Quando comparado na atualidade, as mulheres são assalariadas, muitas possuem o próprio negócio, estão na faculdade e têm seus direitos resguardados por Lei. Dessa forma, qual a real permanência de uma data “especial”?  Chimamanda Ngozi Adichie deixa uma grande lição em seu livro “Sejamos todas feministas”, por mais que existam mulheres em posições bem quistas, a exceção não faz a regra. Nas palavras da autora “Wangari Maathai, ganhadora do prêmio Nobel da paz, se expressou muito bem e em poucas palavras, quando disse que quanto mais perto do topo chegamos, menos mulheres

#Mulheres2016: Permita-se!

Imagem
Bruna Soave  As vezes me pego pensando em como o feminismo me fez compreender tudo de um modo diferente. Me descobri feminista há pouco mais de um ano. Antes disso, eu era uma pessoa totalmente alheia à política e aos reais problemas da nossa sociedade. Não entendia muita coisa e também não fazia questão alguma de entender. Algumas coisas me incomodavam, de fato, mas eu não me sentia confortável para opinar sobre. Eu era insegura acerca de muitas coisas. Mas aí, conheci o feminismo. E, cara, foi a melhor coisa que poderia ter me acontecido. O feminismo não me ensinou somente sobre igualdade de gêneros, sobre aceitação, sobre respeito. Me fez enxergar além. Hoje eu compreendo muitas das coisas as quais, antes, eram confusas pra mim. Hoje eu não mais vejo os problemas da sociedade por cima, com aquela visão superficial. Meu olhar vai mais fundo. Eu me sinto ótima.  Tento, a medida do possível, desconstruir certos preconceitos que insistem em permanecer em mim. Ser feminista é uma luta di

#Mulheres2016: Não Nos Damos ao Respeito

Imagem
Camila Cattai Nós queremos um bom dia 08 de março. Nessa terça eu quero acordar com uma surpresa. Presente? Um embrulho gigantesco e recheado de respeito já está bom.  Não, eu não estou falando em respeitar uma mulher de respeito. Nenhuma de nós é. Sabe, algum homem, das atrocidades que faz uma mulher?  Nós enchemos a cara, cercadas ou não de defensores. Bebemos até ficar de pernas pro ar. Não nos damos ao respeito.  Uma novidade: nós gostamos de sexo. Só saiu com mulheres frígidas até hoje? E por acaso você sabe onde fica tudo? Onde está o prazer? Pesquise, questione, porque mulher transa, mulher dá. Dá no primeiro encontro, dá porque tem vontade. Da sem amor também. Não nos damos ao respeito.  Mulheres fedem. Mulher tem chulé, mulher tem cheiro no sexo. Sexo, não! Buceta. E mulher vive cercada de lencinho, perfuminho, sabonetinho, desodorantezinho pra vagina. Não usa? Não se da ao respeito.  Mulher tem pelo. No corpo inteiro. Às vezes ela se depila, às vezes não. Mulher com pelo é ma

#Mulheres2016: Precisamos Falar Sobre Machismo

Imagem
Weslley Talaveira Olá, amigxs. Em 2016 completamos 6 anos de Mulheres com Novas Ideias . A coluna, que em sua primeira edição tinha a intenção de ser apenas um especial sazonal para homenagear o dia da mulher, acabou por se tornar parte importante do blog, já esperada pelos leitores todos os anos. Com exceção de 2015, quando o blog estava inativo para a reformulação que culminou com a mudança de nome (de Blog Novas Ideias para Quem Foi Que Disse?), todos os anos, desde 2010, a coluna especial Mulheres com Novas Ideias trás blogueiras convidadas que expõem aqui sua visão, sua forma de ver o mundo e levantam debates importantes.  E não há como não falar que 2016 está sendo um ano diferente. Nunca o feminismo e a liberdade da mulher foi tão debatida como nos últimos meses, e isso é excelente. Enfim a sociedade está acordando, ainda que tardiamente, para uma verdade óbvia, mas ignorada por muitos: homens e mulheres tem sim os mesmos direitos, o mesmo espaço, a mesma liberdade. E queremos u